janeiro 2011

Liberdade (?) roubada


Confusão, pensamentos distorcidos, sonhos, pesadelos, morte, fantasmas...
Tudo isso aparece bem na hora de dormir. Estranho? Talvez.
Se eu não conhecesse as reações do meu corpo.


Passo muitas horas do dia em quem eu consigo limpar completamente a mente, faço com que pareça uma grande sala escura. Sem sons, sem pessoas, sem um ruído sequer.

Tenho um auto controle bastante aguçado, depois de certos acontecimentos, mas é, justamente, na hora em que eu vou dormir (entre 23h e 0h) que todo esse controle vai para o espaço. Minha cabeça explode em pensamentos para me deixar acordado. Minha cabeça insiste em trabalhar quando, na verdade, deveria se aquietar.

Se imagino uma sala escura para acalmar os ânimos, as coisas mais sombrias acontecem. Rompem-se paredes, pessoas aparecem falando alto, minha criatividade aflora.

Há algum tempo, quase 4 anos para ser mais exato, passei a viver mais de noite. Dormia muito tarde e com isso, minha cabeça mostrou o que ela podia fazer durante a noite. Ficava mais criativo, conseguia ter discernimento dos mais diversos assuntos.

Hoje eu trabalho e ficar acordado até altas horas da madrugada tendo idéias bacanas, seja para escrever, seja para criar algo já não é possível. Preciso dormir e descansar para poder encarar o dia seguinte tranquilamente.

Como eu disse, meu auto controle nesse momento vai para o espaço. Minha cabeça dói, pensa, cria, fala. Faz de tudo para não me deixar dormir. Faz de tudo para me convencer que o melhor para mim é fazer o que mais gostamos de fazer juntos: ter liberdade.

Liberdade. É o que eu tenho aqui, não é!? Liberdade para escrever e publicar o que eu quiser, até pensamentos distorcidos, confusões, sonhos, pesadelos, morte, fantasmas...


Ass.: Rodrigo Santos ("Somos todos bons e, somos todos maus." Lila, em DEXTER)

A vida é clichê


A vida é clichê:

Carpe Diem.

Ter uma “casa no campo”.

Ter um amigo guardado no lado esquerdo do peito.

Sonhar em viver de amor.

Ter um ombro para chorar.

Assistir Comédia Romântica.

Chorar e dizer que ama todo mundo quando se está bêbado.

Comer chocolate na depressão.

Viver as coisas simples.

Cantar Wando.

Comer acarajé com Coca-Cola.

Pedir a mão em casamento na Torre Eiffel.

Cheiro de chuva.

Passar férias na Bahia.

Happy end.

Vivendo e aprendendo.

Falar do clima no elevador.

Novela de Manoel Carlos.

Cresça e apareça.

Cantar “Andança” em luau.

Tocar “Eu sei que vou te amar” em serenata.

Mandar flores no dia seguinte.

Comer pizza no domingo à noite.

Amarrar fitinha do Senhor do Bonfim.

Começar dieta na segunda-feira.

Jurar que nunca mais vai beber.

Escrever cartão no Dia dos Namorados.

Pintar o dente de preto no São João.

Se vestir de mulher no carnaval.

Falar “Sou careta” pra quem oferece um baseado.

Ouvir “Estou com o sistema nervoso” do porteiro.

Gritar “Toca Raul!” em show.

Namorar no sofá da sogra.

Pichar o asfalto pra namorada.

E este texto clichê.

Por Matheus Tapioca em www.farinhademandioca.net