fevereiro 2011

Carlos, três dias morto...


Estava na minha cabine individual, concentrado em planilhas do excel, no que dar de comida para o cachorro, na hemorróida da minha avó e no que almoçar, quando ao olhar para o lado percebo que Carlos estava passando mal. Tossiu duas vezes e apagou. Observei atentamente e fiquei chocado como ninguém fez nada.

Carlos então, começou a estribuchar, bateu a cabeça no monitor enquanto tentava levantar e acabou derramando muito sangue. Olhei para aquela cena e percebi que tinha de fazer algo, levantei e gritei:

"Vocês não vão fazer nada!?"

Era horário de almoço, e eu era o único na sala. Desci, fui almoçar uma picanhazinha no alho com batatas fritas que eu adoro. Quando voltei, sentei e olhei para Carlos como quem não quer nada e, para minha surpresa ele estava vivo, me olhou como quem pedisse ajuda, se arrastou uns dois metros e desmaiou, em estado de choque entrei no MSN, pus o nick:

"O Carlos está morrendo! Façam alguma coisa! Brasil rumo ao Hexa!".

Desesperado, fiquei offline, online, offline, online... Todos devem ter visto o nick, mas ninguém fez nada. Pulei o corpo de Carlos e fui beber água para me acalmar. Passou três dias ali e ninguém fez nada.


Ass.: RodrigoSantos

Texto original na Comunidade "Carlos, 3 dias morto e nada" do site www.naosalvo.com.br

O conto do Vigário


Sete horas. Maria Perpétua do Socorro, moradora de uma favela do Rio de Janeiro, sai para seu trabalho. Maria é doméstica e, apesar de ser casada, sustenta a casa sozinha. Seu marido, Vigário é um malandro com M maiúsculo. Sempre inventando desculpas para não trabalhar e encontrando defeitos nos poucos trabalhos que conseguiu.

Com fama de pegador no bairro, mesmo depois de casado, Vigário dava suas puladas de cerca. Maria, por sua vez, não acreditava nos comentários "maldosos" dos vizinhos e dizia amar o marido, não se importando de sustentá-lo.

Vigário era esperto e sua amante, Bianca Lábios de Mel, como era chamada por todos também. Vigário tinha uma técnica. Quando Maria deixava a casa para ir trabalhar, ele colocava uma garrafa de água em cima do medidor de luz para Bianca poder visitá-lo sem correr o risco de ser pega no flagra.

Certo dia, Maria esqueceu seu celular e voltou até em casa. Vendo a garrafa em cima do medidor, foi cobrar explicações do seu amado marido e só o que ouviu foi:

"Preocupa não, Maria. Essa garrafa aí faz economizar energia."

Ass.: RodrigoSantos

Conto inspirado na lenda: http://www.e-farsas.com/lendas_luz_agua.htm