Dramas, tramas e um pouco de sacanagem...

Dramas, tramas e um pouco de sacanagem...


Era uma vez um distante reino, ele se chamava Leal Aurelino. Todos os habitantes do lugar viviam felizes. Bom, todos não. Existia um grupo que era contra o Rei, afinal eles conheciam todas as suas armações e tiranias. Esse grupo era chamado de RECLAMADORES RECLAMANTES que RECLAMAM do REI, ou R4 como era mais conhecido.
Para a maioria da pessoas, o rei era um homem bondoso, que se importava com seus "colaboradores", mas o que eles desconheciam era que ele era um tirano, que cobrava as maiores taxas de todo reino.
O rei era conhecido por ser um tanto quanto sistemático e por comprar virgens do reino vizinho, mas seus admiradores não o viam isso como defeito ou promiscuidade, e sim como uma qualidade, e o apoiavam em tudo. Enquanto isso, num quartinho velho e empoirado do enorme castelo, vivia um pobre rapaz. Seu nome era Roberto Raimundo Rodrigues Machado, ele era um rapaz forte, corajoso e esforçado. Desde que nasceu, foi colocado no castelo para servir ao rei e sua família. Aquele que antes limpava o borralho da cozinha, hoje cobrava os altos impostos e taxas estipuladas pelo rei.
Cansado de ceder aos caprichos do Ayrespídio Freitanildo, o rei, Roberto decidiu se juntar ao grupo R4, com a intenção de conseguir sua liberdade.

***

Reuniões e mais reuniões, o R4 se reunia sempre aos fins de tarde na cozinha do castelo, tramando o que poderiam fazer para que o rei caísse. Muitas conversas e nenhum veredito. Todos tinham as idéias mais absurdas: de envenená-lo com chumbinho a fazê-lo pegar AIDS de uma falsa virgem. O grupo só queria que o rei pagasse por suas tiranias.

_Vou abandonar o castelo - disse Roberto - sem mim, ele não receberá mais o ouro e empobrecerá.

Todos aplaudiram Roberto. Uma idéia simples, mas que poderia dar um bom resultado. E assim ele o fez, foi até o rei e disse:

_Tomei uma decisão. Vou me mudar para o reino vizinho - o rei olhava incrédulo - quero alçar novos voos. Quero ser livre.

Sem reação, Ayrespídio Freitanildo nada pode fazer e deixou que seu servo partisse.
O pobre rapaz tinha esperanças de conhecer um novo mundo, fazer amigos e quem sabe realizar seus maiores sonhos. Mas o seu mundo desmoronou quando ele conheceu seu novo rei, Valdecinío Souzeterra.
Valdecinío parecia ser um sujeito boa praça, tranquilo, mas em questão de poucos dias se mostrou tão tirano quanto Ayrespídio.
Roberto viu seu mundo cair. Se viu na beira de um precipicio pronto para ser jogado contra pedras rochosas. Quando, por fim, conheceu aquele quem o substituíra no reino Leal Aurelino.
Rafaelino Albuquerque de Bragança Silva de Souza Lopes Trovão Junior Neto era seu substituto. Sujeito arrogante que logo lhe despertou desconfiança e despeito por ocupar tão mal seu lugar.
Pouco tempo passou, Roberto sempre ia visitar seus amigos no reino de Leal Aurelino, mas nunca via seu substituto, que sumia sempre que dava a hora do chá. Mas um dia...

_Rafaelino, levou uma grande quantidade de ouro para comprar comida e não voltou.
_Será que - um dos funcionários do rei começou a falar - não, ele não faria isso.
_Perdi todo meu ouro - disse o rei desacreditado.

Sem que o rei percebesse, uma das integrantes do R4 vai até o reino vizinho com sua mula quatro cascos, couro malhado e dentes tortos. Everalina Francisca Dá CUnha Conceição vai ao encontro do antigo companheiro de grupo e lhe conta toda a história. Roberto, por sua vez, resolve voltar ao reino e ajudar seu rei.

***

_Oooohhh - exclamavam todos com a chegada de Roberto.
_Ele voltou - sussurrava um menininho - será que ele vai ajudar nosso rei?

Roberto olhava a todos e pensou que essa seria a deixa e a oportunidade que precisava para voltar ao reino e com todas as glórias e triunfos. Voltaria como herói e não como um simples rebelde que se recusou a participar das orgias do rei.
Todos depositaram sua confiança e torcida naquele que um dia virou a piada do reino. Diziam que Roberto tinha abandonado o reino porque teria se vendido por 10 moedas de ouro ao outro rei, que o usaria como um adorno em suas festas. Diziam que ele ficaria nu no salão e serviria para segurar casacos como um cabide.

Guardas cercavam todo o castelo, o reino ficou em alerta geral, Roberto conhecia cada centímetro do lugar, cada pessoa, cada casa como a palma da sua mão...

_Que bagulho é esse na minha mão?

Bom, vamos fingir que ele conhece a própria mão. Continuando, ele rondou todo reino atrás de Rafaelino, mas não o encontrou. Na casa daquele que o substituira não havia ninguém, só uma placa que dizia "VIAJAMOS PARA CANCÚM, VOLTAREMOS EM BREVE".
Roberto se recusava a acreditar que o ouro do rei estaria perdido e disse que ele espalhasse pelo reino que aquilo era um teste e que todas as moedas eram, na verdade, pirita, o ouro-dos-tolos e assim o rei o fez.
No dia seguinte, foi encontrado na porta do rei uma sacola com todo o ouro e um bilhete.

"Perdi o ouro, mas levei uma de suas virgens comigo..."

_Há, há, há... Quem foi que ele levou?
_Ele levou a novata. A Letíciana Piriguettis, senhor.
_Pobre rapaz, há, há, há - disse o rei tentando parar de rir - ela era um castigo para funcionários que se comportavam mal. Ela é um travesti. Há, há, há...

Todos riam e comemoravam. O rei aceitou Roberto de volta lhe dando todo o crédito pelo ouro recuperado e todos receberam-no com todos os méritos. E então, após o grande roubo, Roberto está volta ao seu lar, onde viveu feliz para sempre... ou até o dia de postagem desse conto.

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